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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sanda Kung Fu (Boxe Chinês) para Crianças


Sanda mistura de chutes, socos de boxe e projeções (quedas), oferecendo às crianças um treino de corpo inteiro. Como as artes marciais tradicionais, Sanda incorpora diferentes tipos de chutes, projetado para atacar o corpo de um oponente.  Oferecendo também ao aluno a possibilidade de aprender de forma lúdica com rolamentos e saltos para que o mesmo ganhe confiança para outras atividades que ela possa vir a ter medo da queda, tal como andar de bicicleta, etc. Diferente do SANDA para adultos que competem com pouca proteção, competições infantis de Sanda requerem equipamento completo de proteção.

Características
Chutes de artes marciais, treinado para atacar o meio e as porções superiores do corpo, combinado com ataques padrão de boxe, como jabs, ganchos e cruzes, as projeções e quedas compõem a base do Sanda.

Tipos
O estilo pode apresentar qualidades de rígido e flexível, isso por causa da diversidade de movimentos que ele traz. Apesar de suas origens, também é relativo a metodologia de acordo com a escola que a criança aprende, mas a única qualidade que é sempre igual é a diversidade de técnicas de combate.

Benefícios
Um grande é na questão cardiorrespiratória e na flexibilidade, nessa fase, até por que na fase que a criança se apresentar não será cobrado dela qualidades de força, apesar dos trabalhos serem com todos os membros do corpo e segmentos musculares, ela apresentará certo nível de força física.

As crianças que praticam Kung Fu se tornam mais responsáveis, seguras e aprendem a importância da disciplina. Além disso, durante os treinamentos vivenciam situações que desenvolvem a capacidade de se ajudar e aprender mutuamente.

Durante o processo de aprendizagem do Sanda, o professor mostra para a criança o quanto ela é capaz de evoluir respeitando seus próprios limites. O contato com a filosofia do Kung Fu também ajuda na boa formação educacional e social, já que os alunos trabalham o tempo todo conceitos como respeito, calma, atenção, concentração, auto-controle, auto-confiança e valorização, além da arte harmonizar as energias e desenvolver os movimentos, a consciência corporal e a coordenação motora, vivencia situações que levam a perceber que a agressividade não é a melhor forma para solucionar os problemas, pois estes conceitos fazem parte de toda a filosofia do Kung Fu tradicional, passada pelo Professor que considera seus discípulos bem como os alunos destes, uma grande família.

Competição e esporte
As crianças competem por idade e pela experiência. As entidades esportivas requerem que as crianças usem capacetes de proteção, um protetor de virilha, pé e mão e almofadas de um protetor bucal. Partidas consistem de 90 segundos de chutes e golpes controlados. As crianças recebem pontos para fazer contato com um pontapé macio ou um soco, o contato excessivo pode resultar em desqualificação. Muitas competições não permitir o contato da cabeça, a menos que a criança é mais velha. Competições fora dos padrões das confederações de kung fu podem não ser tão seguro.


Considerações
O Sanda é um esporte de contato, mas acima de tudo é um esporte, não devendo ser excessivamente ofensivo, então se recomenda que antes de matricular seu filho você analise se o professor é credenciado pela instituição que regulariza a modalidade e também que você observe as aulas antes de matricular seu filho.

Recomendo que leia nossos outros artigos no blog sobre profissionais sem qualificações.
Conheça nossa classe de Kung Fu Infantil a partir de 7 anos até 11 anos, entre em contato.

Jocerlan Brandão


sábado, 29 de outubro de 2011

Boxe Chinês - A origem do Kung Fu – O desenvolvimento do Sanda e suas qualidades físicas na questão fisiológica

A origem do Kung Fu – o desenvolvimento do Sanda e suas qualidades físicas na questão fisiológica


A origem do Kung Fu
Como uma arte tradicional, o Kung Fu faz parte da grande herança cultural do povo chinês. Sua origem pode ser encontrada na pré-história, onde nossos ancestrais eram obrigados a lutar contra animais e outros homens a fim de garantir sua sobrevivência (Ji,1986). Na luta entre tribos, os guerreiros compreenderam que, para derrotar o inimigo, era importante não só possuir boas armas, mas também melhorar a capacidade física e as habilidades de combate através de treinamento intensivo nos tempos de paz. Este treinamento melhorou essas capacidades e habilidades e propiciou o surgimento de várias artes marciais ao longo dos séculos, dentre elas o Kung Fu. Alguns livros afirmam que essa arte marcial é conhecida pela inspiração nos movimentos dos animais e com preocupações de saúde e defesa pessoal há mais de 5000 anos (Minick,1975).

A Federação Paulista de Kung Fu (em “A Origem da Expressão Kung Fu”, 2003) explica a utilização desta palavra e a equivocada utilização da mesma em associação à arte marcial. O Kung Fu é uma expressão antiga que genericamente, no dialeto cantonês, significava “tempo e esforço desprendido numa atividade” ou “grau de perfeição alcançado em qualquer área de atuação”, ou ainda, “conhecimento profundo de um assunto”. Na década de 70 essa expressão utilizada para denominar as artes marciais chinesas, ficou mundialmente conhecida através dos filmes de artes marciais. Entretanto, a expressão gramaticalmente correta para designar a arte marcial é Wushu (arte marcial), originária do mandarim.

Complementarmente, Ortega (1997) observa que essa arte marcial deve ser vista como atividade esportiva sistematizada e com regras próprias, medidas que permitiram a organização de torneios e campeonatos. Pode-se caracterizar as competições em três tipos, formas ou rotinas (Kati), combinadas (Toi Chat) e os Combates (Kuoshu e Sanshou). A primeira diz respeito às sequência de movimentos inspirado nos movimentos dos animais contra um ou mais adversários imaginários; a segunda, confronto envolvendo dois ou mais atletas com movimentos de ataque e defesa pré-determinados; e a terceira, que é o embate direto entre dois adversários, no qual são avaliadas as qualidades técnicas, táticas e físicas de cada um.


O desenvolvimento do Sanshou
Há alguns séculos, na China, eram realizados combates entre grandes lutadores sem nenhum tipo de regra onde ocorriam mortes de grande número de mestres, ocasionando várias perdas (International Wushu Federation, 2003). A partir de 1960, sob tutela do governo chinês, o Sanshou Moderno foi introduzido como desporto. Para isso, convocaram-se diversos mestres para que fossem sistematizadas regras que fossem iguais para todos, surgindo então essa nova modalidade de luta.

Também conhecido como Sanda (Cantonês), que tem como tradução “mãos livres”, essa modalidade começou a ganhar força à partir do 1º
Campeonato Mundial de Kung Fu Wushu, realizado em Pequim na China, em 1991, tendo rápido crescimento e atingindo grande popularidade em todo o mundo. Hoje, está presente nas competições de mais de 75 países e, recentemente, nos Estados Unidos, Ucrânia e Itália foram criadas Ligas Profissionais para esta modalidade. A seleção da Rússia vem se destacando e no ano de 2004 está entre as cinco melhores seleções de Sanda do mundo conforme relato do 7º World Wushu Championship and the 7º IWUF Congress (2003).

Fontes energéticas e o Sanshou
A International Wushu Federation (2003) informa que uma luta de Sanshou tem duração de dois minutos corridos em cada round por um minuto de descanso, sofrendo interrupções sempre quando houver algum tipo de queda (quando um ou os dois atletas caem no chão) ou “clinche” dois oponentes se agarram por mais de três segundos), podendo ainda haver até um quarto round caso a disputa esteja empatada. Baseando-se na temporalidade da luta e fazendo analogia com a luta greco romana, semelhante ao estudo de Kraemer e Hakkinen (2004), aponta-se que a energia exigida no combate é fornecida predominantemente pelo sistema anaeróbio, mas com participação do aeróbio.

Ao iniciar a luta, a energia necessária para desferir os golpes é proveniente do ATP (adenosina trifosfato) e CP (fosfocreatina) estocados no músculo. No decorrer da disputa, onde altas produções de potência são exigidas através de socos e chutes desferidos com o máximo de força e velocidade, esses estoques são depletados (períodos maiores que 10 a 20 segundos) e, a partir daí, a energia é provida pelo sistema do lactato que se utiliza apenas dos carboidratos para a produção de energia. Mesmo com o auxílio do sistema aeróbio, a referida via pode ser mantida por no máximo entre 2 e 5 minutos, o que ocasionaria um déficit de energia caso a luta durasse o tempo máximo de 8 minutos. Isso mostra a importância de se trabalhar exercícios aeróbios também para os atletas.

Quanto ao metabolismo anaeróbio, Kraemer & Hakkinen (2004) citam que a principal fonte de energia na luta greco romana é proveniente do sistema anaeróbio, principalmente do sistema do lactato. Outros estudos realizados com o judô demonstraram a relevância do sistema anaeróbio lático (Franchini, 2001). Del Vecchio e Mataruna (2002) citam ainda que, nos desportos como o judô, karatê, taekwondo entre outros, utilizam-se do sistema anaeróbio alático quando a ação (o golpe) é explosiva, única e eficiente, e lático quando acontecem explosões sucessivas até a finalização ou intervenção de pausa.

Preparação Física
A preparação física de atletas deve ter respaldo dos princípios existentes que regem a dinâmica do trabalho e da capacidade de rendimento, porque treinadores e preparadores físicos que não se preocupam com esses princípios estão condenados ao fracasso (Viru,1991a). Atualmente, são raros os esportes Movimento & Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.6, n.8, jan./jun. 2006 – ISSN 1679-8678 onde não seja utilizada a musculação como método de aprimoramento do desempenho física, mas geralmente esses programas de musculação são realizados sem a observação das variações de volume e intensidade que qualquer conteúdo de treinamento deve sofrer dentro de uma periodização
(Hernandes Jr., 2000).

De acordo com BOMPA 2002, a preparação física deve ser desenvolvida conforme a sequência a seguir:

Período de treinamento
Período preparatório
Período competitivo

Desenvolvimento
1
2
3
Objetivo

Preparação física geral

Preparação física específica

Aperfeiçoamento das capacidades
Biomotoras específicas

Quadro 1: Abordagem sequencial para o desenvolvimento da preparação física (Adaptado de Bompa, 2002).

Na Preparação Física Geral (PFG), o objetivo é melhorar a capacidade de trabalho do atleta independente do desporto. Quanto mais amplo (em relação ao tempo) e forte (quanto à intensidade e volume) for, maior é o nível das capacidades biomotoras que o atleta poderá atingir. Nesta fase, deve prevalecer um volume alto de treinamento com intensidade moderada, que pode ser aumentada de acordo com as necessidades.

Já na Específica (PFE), o alvo é a elevação do desenvolvimento das características fisiológicas, aumentando o potencial do atleta para que ele suporte a alta quantidade de trabalho durante os treinos e as competições.

Além disso, a capacidade fisiológica aumentada auxilia na sua recuperação.

Para que ocorra desenvolvimento específico é necessário que o competidor faça repetições de exercícios em condições semelhantes ao de uma competição, pois treinamentos não-específicos levam a uma especialização errônea do organismo. A PFE requer um volume alto de treinamento com uma possível redução da intensidade para que não ocorram lesões e como consequência à queda na capacidade de trabalho do atleta.




terça-feira, 20 de setembro de 2011

Artes Marciais (CONFEF)

Essa semana posto um texto que achei muito interessante nas minhas eventuais leituras sobre a minha área, destacando minha paixão que é o ensino de artes marciais, no qual foco bastante no kung fu, artigo esse postado na página da CONFEF, REVISTA E.F. Nº 03 - JUNHO DE 2002.
Referência: http://www.confef.org.br/extra/revistaef/show.asp?id=3444


Espero que gostem e que cada dia mais busque o treinamento físico de forma séria com profissionais capacitados para tal, atenciosamente, Jocerlan Brandão.

Artes Marciais

Profissionais e Proprietários de Academias reconhecem que a sociedade percebe a melhoria da qualidade do serviço prestado nas academias, após a Lei n 9696/98.

O apelo desenfreado ao culto do corpo fez proliferar nos últimos anos uma verdadeira indústria, no que diz respeito à prática da atividade física, em âmbito nacional. Homens e mulheres passaram a ser alvo de uma grande campanha publicitária, quase uma exigência de modelação corporal, o que nada tem a ver com a essência da atividade física e sua relação de vida saudável. Este fenômeno atingiu também as práticas de Lutas e Artes Marciais, e teve como conseqüência o aumento, incontrolável, do número de academias e a afluência indiscriminada de pessoas não-qualificadas ministrando as diversas modalidades de lutas. Ainda nesse contexto, muitos dessas pessoas até apresentavam algum domínio do ponto de vista da habilidade técnica na execução do gesto motor, em sua especificidade, mas, por outro lado, careciam dos demais requisitos básicos (pedagógicos, científicos, éticos profissionais) para uma atuação de qualidade.

A regulamentação da Profissão de Educação Física, com a criação dos Conselhos Federal e Regionais, surgiu, justamente, para disciplinar todas as práticas na área das atividades físicas.

No caso específico das Artes Marciais, não é difícil lembrar as distorções praticadas por pessoas despreparadas e descompromissadas com o real valor que as diferentes modalidades proporcionam a seus praticantes. Lesões físicas, e psicológicas, eram as mais comuns, face à metodologia presente em muita das aulas dinamizadas por esses falsos instrutores, que em nome de uma tradição disciplinar existente nas lutas, abusavam de seu autoritarismo que se fazia freqüente nas aulas, da maioria das modalidades.

Outro aspecto marcante de violência à integridade humana refere-se aos próprios eventos esportivos, nas modalidades de luta, muitos deles realizados sem que houvesse a menor preocupação com a infra-estrutura, segurança e respeito aos participantes. Tudo isso em nome da superação, da vitória, da conquista e do resultado esportivo a qualquer preço.

Na luta contra esse lado negativo, encontravam-se, também, esforços de algumas Federações em busca de conter essas distorções. Não era recente o desejo das entidades responsáveis pela promoção e pelo desenvolvimento dessas práticas, de encontrar meios para que o Estado assumisse o controle da situação. As mais evidentes iniciativas encontravam-se nas denúncias contra falsos praticantes, aventureiros que se imbuíam do status de Mestres e se estabeleciam, utilizando-se da ingenuidade do cidadão comum. Além dessas, outras caminhavam em ações legislativas para que o controle do ensino dessas práticas pudesse existir.

RESGATANDO VALORES

A prática da luta, em sua iniciação esportiva, apresenta valores que contribuem para o desenvolvimento pleno do cidadão. Identificado por Médicos, Psicólogos e outros profissionais, por suas possibilidades pedagógicas, as lutas, por sua natureza histórica, apresentam um rico acervo cultural: Além disso, analisada na perspectiva da expressão corporal, seus movimentos resgatam princípios inerentes ao próprio sentido e papel da Educação Física na sociedade atual, ou seja, promoção da saúde.

Na busca de reverter as distorções existentes nas Artes Marciais, as Confederações, Federações e entidades sérias, conscientes de sua responsabilidade perante a população e comprometidas, eticamente, com a sociedade, firmaram parcerias com o Sistema CONFEF/CREFs, no sentido de participarem no processo da regularização profissional de seus filiados e na perspectiva de reverter o problema gerado pelos pseudo-instrutores, sem nenhum compromisso com a cidadania.

Os senhores José Rodrigues Ximenes (CREF 000785-P/CE), Presidente da Federação Cearense de Karatê-Dô Tradicional, e Antonio Gilson Ribeiro Weyne de Paula (CREF 000790-P/CE), Vice-Presidente da mesma Federação, identificam que (...) proliferação de academias e clubes esportivos, assim como o ensino descompromissado em escolas, centros comunitários e até condomínios, já fugiam de qualquer tipo de controle pelas entidades dirigentes da tais práticas. (...)

Afirmam ainda (...) Logo se percebeu que o número de estabelecimentos clandestinos, com instalações precárias e dirigidas por desqualificados, ultrapassava o número daqueles legalmente constituídos. E, quanto a isso, nada se podia fazer, pois as entidades não tinham o poder de Polícia para coibir tais desmandos.

No âmbito das Artes Marciais, quando o profissional da modalidade infringia as Normas Estatutárias, o máximo que se podia fazer era desligá-lo da entidade. Ele então se filiava à outra, continuando incólume no mercado de trabalho do profissional competente e causando prejuízos à sociedade. (...)

Observam que (...) Com o advento da Lei nº 9696/98, que criou o Sistema CONFEF/ CREFs, a coisa mudou. Agora temos um Conselho Profissional que pugna pelo cumprimento das Leis do exercício profissional daqueles legalmente habilitados, e coíbe o exercício ilegal da profissão com as sanções cabíveis.

Nós, que fazemos o Karatê-Dô Tradicional no Estado do Ceará, achamos que a Lei nº 9696/98 é oportuna, benéfica e necessária às mais diversas manifestações de atividades físicas, sendo instrumento capaz de influenciar processos de mudança social, formação educacional e consolidação de identidade físico-cultural. (...)

PROVISIONADOS GARANTIDOS

Noutra perspectiva, encontra-se também, o posicionamento do profissional Cleomário de Souza Miranda (CREF 000471-P/CE), representante da FKIC (Federação de Karatê Interestilos do Ceará) e da (Liga Cearense de Karatê-Dô Interestilos Rengo-kai): (...) tem-se como primeiro questionamento a ser respondido se as Artes Marciais devem ser inseridas na classe denominada atividade de Educação Física. Nosso entendimento é de que não poderia ser de forma diversa, tendo em vista ser uma atividade que reúne preparação e avaliação física, recreação, ludicidade, desporto, utilizando-se da Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia, Neuroanatomia aplicada etc. (...)

(...) Como conseqüência, a interpretação fria da Lei levaria ao entendimento de que todos os profissionais que atuam na área das Artes Marciais deveriam ter, obrigatoriamente, formação acadêmica em Educação Física, o que conduziria a uma exclusão injusta de vários profissionais que, apesar de não atenderem o requisito legal, preenchem a qualificação técnica para desenvolver a atividade.

Na salvaguarda destes profissionais, o artigo 2º, inciso III, ressalva a possibilidade de inscrição nos quadros dos Conselhos Regionais de Educação Física, dos profissionais que até a data do início da vigência da Lei tenham, comprovadamente, exercido atividades próprias dos Profissionais de Educação Física. (...)

(...) Ressalva-se, respeitando a autonomia organizacional e administrativa das entidades federativas dirigentes, que é preferível que as Artes Marciais estejam sob a tutela do CONFEF, a fim de que este possa fiscalizar, conjuntamente com as entidades federativas, o cumprimento da referida Lei, evitando práticas mercantilistas, como, por exemplo, a outorga indiscriminada de graduações superiores. (...)

Nessa mesma linha de pensamento, os profissionais José Marcelo Moreira Frazão (CREF 001138-P/CE), Vice-Presidente da FECJU (Federação Cearense de Judô) e Francisco Bento Filho (CREF 001940-P/CE), Diretor Técnico desta Federação, a não-fiscalização de Associações traz insegurança, pois estas não têm a quem responder pela sua integridade ética, moral, técnica e funcional, podendo funcionar irregularmente, sem prestar contas a ninguém.

Segundo eles: (...) Os instrutores não credenciados podem prejudicar seus alunos por não repassarem instruções normativas e técnicas atualizadas e, conseqüentemente, não participam de eventos oficiais e não se relacionam com as demais associações (credenciados).

Com a Lei, o Judô ficará mais forte e reconhecido, podendo ter maior atuação em entidades de ensino e academias. (...)

PROVISIONADOS APROVAM A VALORIZAÇÃO DA FORMAÇÃO DE MESTRES E INSTRUTORES

Também são evidentes o apoio encontrado em termos de adesão e o cumprimento do Programa de Instrução Profissional, instituído pela Resolução CONFEF nº 45/2002, pois os provisionados reconhecem aspectos includentes no processo de habilitação profissional, a partir de um elenco de conteúdos aplicados.

Os primeiros Programas de Instrução para Provisionados das diversas modalidades de artes marciais, criados a partir de Convênios entre o Sistema CONFEF/CREFs e entidades de Jiu-Jitsu, Judô, Karatê, Tai-Chi-Chuan, entre outras, já apresentam resultados positivos e que podem ser percebidos tanto pelos profissionais que as freqüentaram, e ainda freqüentam, quanto pelos seus alunos, conforme alguns depoimentos. Esses programas para instrutores e professores de Artes Marciais incluem noções de Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia, Aprendizagem Motora, Primeiros Socorros, Medidas e Avaliação, História e Desenvolvimento da Profissão, Didática e Metodologia, Marketing Pessoal, Prescrição de Exercícios e Ética.

Para Silvio Pereira (CREF 007425-P/RJ), Presidente da Liga do Estado do Rio de Janeiro de Jiu-Jitsu, e um dos Coordenadores do curso: (...) os instrutores de Artes Marciais agora têm oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos práticos. A Lei nº 9696/98 é a nossa redenção contra as academias irregulares e a violência gratuita que proliferou nos últimos anos (...). O profissional Silvio considera que os efeitos do Programa de Instrução já podem ser sentidos entre os alunos. O Programa de Instrução, proveniente do Convênio com a Liga, já formou sua primeira turma, que contou com 72 participantes. A segunda, que ainda não concluiu o curso, tem cerca de 100 inscritos das áreas de Jiu-Jitsu, Karatê e Judô. Uma terceira turma já está programada para Janeiro, do próximo ano.

Esta também é a opinião do Presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro de Karatê, Sr. Fernando Gomes (CREF 004910-P/RJ), que já realizou a formatura da primeira turma do Programa que promoveu. Os profissionais que fizeram o curso sentem-se mais qualificados. Estava faltando juntar o conhecimento prático com os conhecimentos de Pedagogia, Anatomia etc, comentou. Ele pretende expandir os Programas e atingir instrutores do interior. Para isso, já está organizando um em Valença. Estamos todos unidos em prol de uma prestação de serviços com qualidade para a sociedade, e resgatando ao mercado, profissionais altamente qualificados para o exercício de suas funções, concluiu o profissional Fernando.

O Sr. Humberto Karan (CREF 010006-P/RJ), instrutor de Judô há 22 anos e pesquisador da área, está entusiasmado com os Programas que estão sendo oferecidos aos profissionais da área. De acordo com ele, que trabalhou como comentarista de TV nas Olimpíadas de Atenas, o que existia nas Artes Marciais era uma precariedade na metodologia de ensino: Existe uma tendência de ensinar socos e chutes até para crianças, o que é totalmente desaconselhável, destaca Karan.

Os participantes dos cursos são unânimes em elogiar a Legislação que regulamenta a Profissão de Educação Física, destacando a exigência de formação, da habilitação profissional e a fiscalização de academias.

Além do exposto, o que se observa é que os Convênios firmados com as diversas entidades ligadas às Artes Marciais, e os programas têm servido para resgatar os valores primeiros de respeito ao ser humano e de formação de um indivíduo em equilíbrio e comprometido, antes de tudo, com o bem-estar social.

PRESTADORES DE SERVIÇOS NA ÁREA DA ATIVIDADE FÍSICA APROVAM, E VALORIZAM, O REGISTRO PROFISSIONAL

Os responsáveis pelas academias de Artes Marciais, que, antes de 1998, contratavam ex-praticantes de lutas, estagiários e ex-atletas para atender seus clientes, na medida em que se viram na obrigação de atender à Lei nº 9696/98, perceberam o quanto melhorou a qualidade dos serviços oferecidos e o quanto foram beneficiados pelo reconhecimento dos praticantes por essa melhora. Os empresários que compreenderam a necessidade de oferecer profissionais qualificados, já puderam constatar o aumento da procura por estas atividades e a menor evasão de alunos em suas academias.

Portanto, a maioria dos setores dos formadores de opinião do contexto das práticas de Artes Marciais deseja, e são francamente favoráveis, a que todos os profissionais, para exercer suas atividades, devam ser portadores da Cédula de Identidade Profissional do Conselho Regional respectivo ao Estado. As poucas pessoas que resistem são aquelas que desejam manter o status quo vigente de insegurança dos praticantes e do lucro exacerbado. pela possibilidade de contratação de mão-de-obra barata.

Origem e objetivos das artes marciais

Os pesquisadores acreditam que as Artes Marciais tiveram sua origem nas formas primitivas de autodefesa dos seres humanos contra animais selvagens e nas lutas tribais. A China foi o grande berço das artes marciais, nas quais se combinavam as habilidades defensivas com a disciplina e o autocontrole.

As Artes Marciais são tidas como atividades físicas plenas, que trabalham o corpo e a mente, buscando um equilíbrio fundamental para o desenvolvimento integral do indivíduo. Sua prática não só é saudável para uma boa forma física, mas também para o desenvolvimento das virtudes dos adeptos.

Com o avanço da sociedade humana, várias modalidades foram se desenvolvendo, sempre ligadas a uma filosofia de vida que privilegia o respeito aos outros e a autodefesa como meta. As Artes Marciais trabalham o corpo e a mente de forma indissociável, buscando, sobretudo, o desenvolvimento pleno do indivíduo.


Depoimento

Conselheiro Gilberto Bertevello

Em um encontro de Lutas e Artes Marciais, ouvi o atleta Olímpico de Judô, Aurélio Miguel, dizer que seu filho já é judoca mirim e que se quiser trabalhar, ministrando a atividade, deverá se formar em Educação Física. Há de se nivelar por cima, atendendo à Legislação e à regra da modalidade esportiva escolhida, conseguindo a sua faixa preta.

Os profissionais envolvidos nas Artes Marciais, também conseguiram, juntamente com tantos outros, a fiscalização de sua modalidade. O Sistema CONFEF/CREFs reconhece suas qualidades práticas e exige para fazer parte do quadro de seus profissionais, a conclusão de um Programa de Instrução Científica, que o capacite ao contexto de uma nova dinâmica profissional, para aqueles possuidores do conhecimento técnico específico, inerente à modalidade em que atuavam, antes da existência da Lei nº 9696/98.

Inúmeras Confederações e Federações já firmaram Convênios com o CONFEF e com os CREFs, em todo o país. Apenas alguns, que ainda não tiveram a felicidade da compreensão, relutam em evoluir e não percebem que o atendimento, sem o devido conhecimento científico, pedagógico e ético profissional, pode causar sérios danos físicos e causar sérios problemas de formação de caráter.

O Sistema CONFEF/CREFs não faz juízo de valor entre Graduado e Provisionado. Atua resguardando os praticantes de lutas no sentido de serem atendidos com segurança e por Profissional habilitado.

As Confederações e Federações, compromissadas com as raízes milenares das Artes Marciais, firmaram Convênios com o Sistema CONFEF/CREEFs, para resgatar a seriedade, os princípios morais e impedir que as lutas sejam orientadas por qualquer diletante.

As parcerias entre o Sistema CONFEF/CREFs e as entidades ligadas às Artes Marciais servirão para atender com dignidade e seriedade à comunidade, e à disciplina da sapiência popular, humanitária e secular advindas destas atividades.

Um campeão na luta pela dignidade e pela qualidade na atividade física

Aurélio Miguel se registra no Sistema CONFEF/CREFs, dando mais um exemplo de compromisso ético com o esporte e com a sociedade em geral.

A trajetória de Aurélio Miguel é uma das mais vitoriosas do esporte brasileiro. Começou sua carreira por orientação médica, para amenizar problemas respiratórios, com apenas quatro anos. Foi, por diversas vezes, Campeão Estadual, Brasileiro e Mundial Universitário. Sagrou-se Campeão Pan-americano, Sul-americano, colecionou medalhas no Circuito Europeu e em todos os mais importantes torneios mundiais. Em 1983, foi considerado, pelo COB, o melhor judoca do país e, no ano seguinte, foi eleito, pela mesma entidade, o melhor atleta da temporada.

Sua maior conquista e do Judô brasileiro aconteceu em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coréia. Venceu a final da categoria meio-pesado, ficando com a medalha de ouro Olímpica.

Depois de se afastar das competições oficiais por divergências com a direção da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Aurélio, com intermediação da Secretaria de Esportes da Presidência da República, passou a negociar sua volta aos tatames, em 1991. A princípio, descartou qualquer possibilidade de acordo, mas curvou-se ante os argumentos apresentados pelo Sr. Bernard Rajzman, então Secretário. Após inúmeras reuniões e discussões, o acordo foi fechado. O Judô brasileiro ganhou uma seletiva justa para a formação de sua equipe Olímpica, fato até então inimaginável.

Em 1996, partiu com tudo em busca do bicampeonato Olímpico em Atlanta. Subiu novamente ao pódio, desta vez para ganhar a medalha de bronze. Sua história se confunde com a história mais recente do Judô nacional. Um atleta inesquecível, um exemplo para todos nós.

Ao se registrar no Sistema CONFEF/CREFs, Aurélio Miguel (CREF 013675-P/SP) dá mais uma demonstração de profissionalismo e comprometimento ético. Sua atitude ensina para as novas gerações uma lição que vale por muitas e muitas medalhas.


domingo, 28 de agosto de 2011

Professor Artes Marciais - A Importância do Conhecimento

Bem pessoal, eu na condição de professor de artes marciais e graduado em educação física sempre trato de assuntos relevantes ao bem estar físico do público em geral, sempre trazendo a mostra num veiculo diferenciado, nesse caso um blog sobre artes marciais, temas diversos na expectativa que os então interessados em artes marciais, no caso desse blog em especifico o KUNG FU, estilo no qual prático a muitos anos e continuo a praticar, e também no qual a pouco tempo leciono dentro da minha formação, sempre visando unir a questão da luta com a questão da melhoria da qualidade de vida através da atividade física.

Acreditando que um professor de arte marcial por natureza tem que ser um estudioso de diversas áreas, onde uma das mais importantes é o entendimento do corpo e suas qualidades e também possíveis limitações para assim buscar de forma lógica o aperfeiçoamento do aluno sem por em risco sua integridade física, não defendendo assim que um professor ou mestre de artes marciais deva ser um educador físico de formação superior, mas que esse mesmo tenha no mínimo um entendimento comprovado (cursos, seminários, workshops, etc).

Os profissionais dessa área, no caso, artes marciais, levando em conta uma utopia pessoal que todos que ensinam artes marciais é um profissional do que tenta ensinar, deveria ao menos durante uma aula separar 5 a 10 minutes para tratar de assuntos referentes não apenas a artes de lutar, mas também sobre como seu aluno poderia maximizar os benefícios da atividade física para seu corpo ensinando-o que a pratica de alguns exercícios ajudam a fortalecer determinado músculo e um hábito saudável pode aumentar sua expectativa de uma vida mais duradoura, incentivado-o também a pesquisar sobre temas diversos de saúde (diabetes, hipertensão, etc) para que o mesmo possa de forma preventiva cuidar de si e dos seus parentes e amigos, ensinando-os que uma mudança de hábito pode tornar a vida muito mais feliz, deixando claro para todos também que ao praticar uma arte marcial o mesmo não aprenderá apenas a se defender ou lutar, mas também a viver melhor.

Quantas vezes não me deparei em meu ambiente de trabalho com pessoas que acham que pelo fato de eu ser um educador físico, área ligada diretamente a saúde, com as mais diversas dúvidas sobre uma dor ou um aconselhamento sobre um sintoma que a mesma sinta naquele momento ou que sentiu em outro, o que me deixa feliz, ao ver que na minha área sou diferente, afinal quantas pessoas perguntam para um professor de matemática como melhorar ou aliviar uma dor de qualquer espécie?!
E causa espanto maior quando também digo que sou professor de artes marciais, em especial KUNG FU o que gera maior confiança para essas pessoas procurarem minha academia em busca de aprender mais sobre si através de uma luta, algo que faço questão de fazer durante minhas aulas, pois não me limito a apenas mandar os alunos a fazerem movimentos repetitivos, como também uso o tempo que eles estão se movimentando para explicar assuntos relacionados ao exercício, já perdi até a conta de quantas vezes repito sobre o funcionamento de um músculo, sistema energético predominante na atividade, ou até mesmo sobre conseqüências de uma lesão causada em determinado local pelo golpe, explicando a importância de saber onde vai bater por exemplo.

Para mim é gratificante ver meus alunos aprenderem não apenas sobre luta, ou adquirirem resistência física, mas também aprenderem sobre si mesmo, e assim sendo merecedor verdadeiramente do titulo de professor.

Jocerlan Brandão


sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Consciência Situacional e sua importância para Defesa Pessoal


Em resumo, consciência situacional é nada mais que a capacidade de prestar atenção e está mais atento a sua volta, reconhecer e formular possíveis rotas de reação ou fuga, isso ajudara a você se preparar melhor para qualquer situação de risco, isso não é ficar paranóico e sim atento, apenas prestar atenção em tudo que acontece em seu redor e prestar atenção em possíveis risco ou possibilidades. Ficando alerta uma pessoa pode aumentar seu nível de reação em ate 300%, assim ajudando fisiologicamente para determinadas situações a chamada de resposta de fuga ou luta, evitando que seu corpo entre em pânico e que assim você possa lidar melhor com as situações cotidianas.

Entendendo fisiologicamente o pânico
Está escuro e você está sozinho em casa. Com exceção do programa que você está assistindo na TV, o silêncio é total. Então, você ouve a porta da frente repentinamente batendo. Sua respiração acelera. Seu coração dispara. Seus músculos enrijecem. Um segundo depois, você percebe que não tem ninguém tentando entrar em sua casa. Era apenas o vento.
Mas, por meio segundo, você sentiu tanto medo que reagiu como se sua vida estivesse em perigo. O que causa essa reação tão intensa? O que é o medo exatamente? Neste artigo, vamos examinar as propriedades físicas e psicológicas do medo, descobrir o que causa uma reação de medo e ver algumas maneiras de derrotá-lo.

O medo é uma reação em cadeia no cérebro que tem início com um estímulo de estresse e termina com a liberação de compostos químicos que causam aumento da freqüência cardíaca, aceleração na respiração e energização dos músculos. O estímulo pode ser uma aranha, um auditório cheio de pessoas esperando que você fale ou a batida repentina da porta de sua casa.

• Tálamo - decide para onde enviar os dados sensoriais recebidos (dos olhos, dos ouvidos, da boca e da pele).
• Córtex sensorial - interpreta os dados sensoriais.
• Hipocampo - armazena e busca memórias conscientes, além de processar conjuntos de estímulos para estabelecer um contexto.
• Amígdala (Tonsila cerebelar) - decodifica emoções, determina possíveis ameaças e armazena memórias do medo.
• Hipotálamo - ativa a reação de "luta ou fuga".

Luta ou fuga
Para produzir a reação de luta ou fuga, o hipotálamo ativa dois sistemas: o sistema nervoso simpático e o sistema adrenocortical. O primeiro usa vias nervosas para iniciar reações no corpo, ao passo que o segundo usa a corrente sangüínea. Os efeitos combinados dos dois sistemas são a reação de luta ou fuga.

Quando o hipotálamo informa ao sistema nervoso simpático que é hora de entrar em ação, o efeito geral é que o corpo acelera, fica tenso e mais alerta. Se houver um ladrão à porta, você vai ter de fazer algo, e rápido. O sistema nervoso simpático envia impulsos para as glândulas e músculos lisos e diz à medula adrenal para liberar adrenalina e noradrenalina na corrente sangüínea. Esses "hormônios do estresse" efetuam várias mudanças no corpo, incluindo um aumento na freqüência cardíaca e na pressão sangüínea.

Ao mesmo tempo, o hipotálamo livra o fator de liberação de corticotropina (CRF) na glândula pituitária, ativando o sistema adrenocortical. A glândula pituitária (uma das principais glândulas endócrinas - em inglês) secreta o hormônio ACTH (hormônio adrenocorticotrópico), que se move pela corrente sangüínea e finalmente chega ao córtex adrenal, no qual ativa a liberação de aproximadamente trinta hormônios diferentes para preparar o corpo para lidar com uma ameaça.




A vazão repentina de adrenalina, noradrenalina e vários outros hormônios causam mudanças no corpo:

• Aumento da pressão arterial e freqüência cardíaca;
• As pupilas dilatam para receber a maior quantidade possível de luz;
• As artérias da pele se contraem para enviar uma quantidade de sangue mais significativa aos grupos musculares maiores (reação responsável pelo "calafrio" muitas vezes associado com o medo - há menos sangue na pele para mantê-lo aquecido);
• O nível de glicose sangüínea diminui;
• Os músculos enrijecem, energizados por adrenalina e glicose (reação responsável pelos arrepios - quando pequenos músculos conectados a cada pêlo da superfície da pele tencionam, os fios são forçados para cima, puxando a pele com eles);
• A musculatura lisa relaxa para permitir que entre uma maior quantidade de oxigênio nos pulmões;
• Sistemas não essenciais (como o digestivo e o imunológico) são desligados para guardar a energia para as funções de emergência;
• Há dificuldade para se concentrar em tarefas pequenas (o cérebro deve se concentrar em somente uma coisa para determinar de onde vem a ameaça).

Todas essas reações físicas têm a intenção de lhe ajudar a sobreviver a uma situação perigosa. O medo (e a reação de luta ou fuga em particular) é um instinto que todo animal possui.

Na auto defesa a arma mais importante não é uma arma de fogo, nem uma faca e sim o cérebro, treiná-lo é fundamental para qualquer pessoa, pois O TREINO DE AUTO DEFESA não serve apenas para a reação de luta, mas também para a forma na qual você vai manter o controle e preservar sua vida, isso fará você pensar melhor, analisar a situação evitando cometer erros em situação de estresse, e isso pode ser muito importante e decisivo, reconhecer uma ameaça em frações de segundos pode ser um fator decisivo entre a vida e a morte.

Então a auto defesa é conhecer e treinar sentidos que farão você reconhecer uma ameaça, saberá os pontos fracos, saberá desarmar ou conter um agressor quando já não existe outra saída, o fortalecimento físico é importante, qualquer academia de musculação pode proporcionar isso, porém o preparo mental e emocional é conseguido apenas na pratica, vivencia ou simulação da vivencia e isso apenas é possível em um ambiente propicio para tal.

Saber se defender não serve apenas para conter agressões ou reagir, acima de tudo a pratica de uma arte marcial mais direcionada à defesa pessoal (Wing Chun, Aikido, Krav Maga, etc.) não deve ser entendida nem tratada com ignorância ou infantilidade de que “hoje em dia não se precisa mais saber lutar, pois tudo se resolve na bala”, devem-se levar em conta diversos motivos, assim como já escrevi antes, devemos buscar uma pratica saudável e direcionada para uma arte marcial, direcionamento esse que vai além da pancadaria e que se enquadra em outras questões, sejam, filosóficas, posturais etc., pois saber se defender e ter o controle de suas reações é fundamental e decisivo para as mais diversas situações da sua vida, não sendo necessário você ser um agente de segurança (policial, segurança, e afins) para fazer uso e dominar a questão, afinal existem tantas situações que o mínimo entendimento ou conhecimento em uma arte marcial pode livrá-lo de um problema (um valentão, um pequeno furto, um assaltante ousado que como dizem acha você tão patético que vai na mão mesmo).



Portanto ao pensar sobre iniciar ou não uma arte marcial ou defesa pessoal de forma mais especifica, não veja apenas o fator LUTA, e sim, os diversos benefícios que a situação de luta o expõe para sua vida e seu corpo, pratique de acordo com o nível que você quer, seja treinar essa situação de estresse de forma controlada (lutar de forma mais pesada ou mais direcionada com um amigo de treino), seja num campeonato (lutando com um desconhecido).

Jocerlan Brandão