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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Arte Marcial: Aspectos importantes de legitimidade e da formação

“Chegado o dia da verdade, o homem descobre que tudo que aquilo a que dedicou seu tempo e recursos de nada valeram para seu crescimento, ao descobrir que andou sempre em círculos, a tendência natural é a frustração e a ira, estando frustrado e com raiva, o homem se acha fraco para buscar a verdade, então esse homem com certeza ira abandonar algum sonho que antes teve para si, fica em sua cabeça o sentimento que apenas perdeu tempo e assim por culpa de um mau professor, fala mal de vários bons professores por não acreditar mais em ninguém e também como forma de defender outras pessoas para que não caiam na mesma frustração que ele.”

Esse pequeno parágrafo por várias vezes foi o destruidor de sonhos e paixões de muitas pessoas, mas para que isso não volte a ser comum é necessário entender que as Artes marciais é algo muito importante em diversos aspectos da vida humana e também no aspecto cultural e filosófico, ela ajuda o ser humano a conhecer seus limites e vencer suas dúvidas sobre seu potencial, faz com que esse mesmo ser aprenda a ser mais autoconfiante e assim sendo se sente feliz e realizado.

Com a arte marcial você cuida da saúde física através de movimentos e exercícios necessários para a manutenção do corpo, e também cuida da saúde mental com aquisição de conhecimentos e qualidades básicas, mas para isso é necessário escolher bem quem será seu tutor, pois assim como na escola formal um mau professor que não se comprometeu com o ensinar por amor não ensinara um assunto claramente para o aluno, isso também acontece com os professores de artes marciais.

O grande mal das artes marciais talvez seja a pouca instrução do professor, muitos professores são formados em meses não passando por nenhuma provação pelo seu tutor, onde na maioria das vezes o mesmo está mais preocupado com o dinheiro que recebera e não com o tipo de profissional que estará inserindo no mercado.

Mas o professor de verdade ensina por amor à profissão, e vê que o dinheiro é apenas umas das conseqüências de sua dedicação na arte de lecionar algo e sendo assim por questões de necessidade uma forma de valorizar o seu trabalho, pois logo no inicio de sua aprendizagem o aluno tem que se imaginar na condição do professor e entender que ele ministra aula por diversos propósitos, e que a sua contribuição (pagamento) tem que ser dada em um aspecto mais além que a relação chefe/empregado, deixando abrangente que o professor por ter recebido uma contribuição mensal do aluno, o professor deve torna-se seu empregado e isso acontecendo os dois perdem, primeiramente perde o aluno, pois o professor dificilmente ira ensinar corretamente e em segundo lugar perde o professor, que ira perder o aluno que logo perceberá a má vontade do tutor em ensiná-lo mais e mais.

Por isso essa questão é muito delicada, pois quem ensina geralmente ensinar por amor a profissão, mas sentira tristeza e diminuirá seu afinco ao trabalho por ver que seu amor não é valorizado, seja por falta de condições de manter, pois o professor tem gastos como qualquer ser humano, seja por falta de respeito, pois se ele chegou até o nível que possui é por que ele mereceu e antes de ser professor ele respeitou o seu professor, nas artes marciais tradicionais, dificilmente alguém chega ao alto nível se não respeita ou valoriza os ensinamentos de seu tutor, pois ele mais do que ninguém saberá qual o melhor momento para o aluno avançar mais e mais e com qualidade que é o mais importante.

Por isso para os pais ou até mesmo os adultos que buscam uma arte marcial, tenham sempre como prioridade conhecer a formação do seu futuro professor, peça para ver documentação sobre a formação do professor naquele estilo, sua formação escolar, pois isso é muito importante já que se ele não a tem possivelmente ele não terá nada de bom para passar sobre diversas áreas de conhecimento, converse com ele, saiba dos seus planos e tente conhecer um pouco de sua vida, após esse primeiro contato, hora de ir às pesquisas, procure saber se o estilo que ele diz representar realmente o reconhece como representante, nesse aspecto a internet auxilia muito hoje em dia, também procure saber se aquele estilo é reconhecido nacionalmente e internacionalmente, isso lhe será muito útil se seu desejo for seguir carreira dentro da arte marcial, pois ela sem dúvidas é uma ótima profissão para intercambio, porém para isso será necessário trabalho duro e muita dedicação, além de muita paciência e carinho.

Jocerlan Brandão


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Sifu

A palavra SIFU literalmente tem o significado de Professor-Pai, deixando evidente a grande responsabilidade com relação a seus alunos, em geral o SIFU é um homem dotado de muitas qualidades e sendo também portador de muitos conhecimentos em diversas áreas de interesse humano ou ate mesmo da natureza.

Na China muitas famílias ricas contratavam esses professores-pai para tomarem conta da educação de seus filhos, preparando-os para descobrirem o mundo e aperfeiçoarem suas qualidades naturais. Com o tempo ainda na china essa figura ficou definida como um mestre em artes marciais, cultura e filosofia.

Com o passar do tempo muitas pessoas procuraram o SIFU apenas para aprender Kung Fu, fazendo assim esse termo ser visto como marca registrada de pessoas que ensinava arte marcial, mudança essa natural, já que quase todo chinês era praticante de alguma arte marcial, a partir daí o SIFU foi perdendo um pouco do reconhecimento em outras áreas e por tendência a cultura modificou sobre a figura dessa pessoal, atualmente é difícil ver um SIFU autentico, pois por vaidade muitas pessoas usam o termo apenas por terem certo nível de formação em Kung Fu, podendo esse ser uns estilos tradicionais ou não, muitos desses SIFUS modernos, priorizam apenas a luta e esquecem da questão tradicional a respeito do termo ‘Professor-Pai’.

Um aluno (TODAI) no início do aprendizado, o relacionamento entre o SIFU e seus alunos ainda não é muito intenso, mas depois de muito tempo juntos, essa relação de confiança se desenvolve, podendo o aluno ser ou não aceito na família do SIFU por cerimônia BAI-SI, cerimônia essa que o aluno é aceito como discípulo (SIDAI) e passa a gozar de privilégios junto do SIFU, podendo ele representar o SIFU onde quer que vá, e dessa forma honrar tanto o seu nome quanto sua família e estilo aprendido, partindo daí que ninguém tem dois pais, fica claro que não poderia ter dois SIFU, por isso é tão difícil ser aceito por um SIFU na cerimônia BAI-SI, pois para isso o SIFU tem que conhecer bem seu discípulo, podendo o mesmo as vezes ser mal visto pelos demais alunos depois de escolher seus SIDAI, claro que o SIFU escolhe quantos discípulos esse quiser.

O termo SIFU não deve ser visto como um título por tempo de treino ou por ser bom lutador, geralmente um SIFU é sempre um discípulo que foi aceito na família, pois no Kung Fu tradicional não comercial, o SIFU nasce de outro SIFU depois que esse se torna SIHING, que é quando o SIFU define que seu discípulo pode cuidar de seus próprios TODAI, depois que o SIFU ver que seu SIHING tem nível suficiente (técnica apurada, caráter inabalável, conduta e ética), o SIFU torna seu SIHING em SIFU, que seria o mesmo que dizer, “agora você está pronto para ter sua própria família”, tornando-se assim o SIFU um SIGUNG, tanto para o novo SIFU como para seus TODAI ou SIDAI, fazendo assim o novo SIFU criar sua própria família, família essa que sempre carrega o nome do SIGUNG como forma de respeito.

O lanço entre SIFU e discípulo as vezes tornam-se tão grande que o SIFU sacrifica sua vida por amor ao discípulo e contra partida o discípulo também pelo SIFU, assim como uma pessoa que faz algo com amor e carinho pelo outro, pedindo apenas o mesmo em troca, a relação SIFU e discípulo nunca é comercial, mas o discípulo entende que o SIFU tem necessidades e o discípulo ajuda não para pagar pelo conhecimento adquirido e sim como uma forma de contribuir para a sobrevivência e qualidade de vida de seu SIFU, em resposta o SIFU ajuda seu amado discípulo com o que pode.

Sihing Jocerlan Brandão